1.1. - Combinações
de fármacos.
A maioria dos pacientes necessita de mais do que um fármaco
para controlar a hipertensão. As orientações da JNC7 e ESH sugerem iniciar o
tratamento com dois fármacos quando a pressão arterial for superior ao objetivo
pretendido em 20 mmHg (160 mmHg) para a sistólica e 10 mmHg (99 mmHg) para a
diastólica. As combinações sugeridas são inibidor do sistema
renina-angiotensina-aldosterona com diuréticos ou inibidores do sistema
renina-angiotensina com bloqueadores dos canais de cálcio.
1.2. – JNC VIII. As Diretrizes de Hipertensão
Arterial. Analise breve de cognição comparativa das diretrizes Brasileira, Europeia
e Norte AMERICANA.
Recentemente, novas diretrizes foram publicadas a respeito do
manejo da hipertensão arterial, a brasileira (agosto/2002), anorte-americana
(maio/2003) e a européia (junho/2003). Embora todas tenham sido baseadas nas
melhores evidências disponíveis até o momento, existe uma considerável
diferença entre elas, o que levanta a questão qual das recomendações estaria
mais correta e, consequentemente, deveria ser adotada por médicos que lidam com
hipertensão arterial, principalmente os médicos não especializados.
1.5.1 – Iatrogenia.
Como pesquisador se busca entender as razões que leva a
Iatrogenia na medicina, sendo que esta se refere a um estado de doença, efeitos
adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico.
Contudo, o termo deriva do grego iatros (médico, curandeiro) e genia (origem,
causa), pelo que pode aplicar-se tanto a efeitos bons ou maus. O exercício da
medicina é privativo do médico inscrito no Conselho Federal de Medicina,
através de um dos seus Conselhos Regional. Logo, ao Farmacologista Clínico não
é licito prescrever remédios ou medicamentos. Mais a sua própria formação
acadêmica o leva a se estabelecer na consciência da formulação de remédios e
medicamentos, que obviamente só vai ao mercado depois de atendidas as
instruções da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária, a ANVISA. Porém sem
entrar no mérito da iatrogenia médica nos erros de prescrições de medicamentos
para hipertensão por parte de médicos bastante habilitado, podemos basicamente
questionar as diferenças de entendimentos nas áreas de diagnóstico e
classificação da hipertensão arterial, abordagem dos demais fatores de risco
cardiovascular e escolha da terapia medicamentosa inicial para o paciente
hipertenso. Estas particularidades devem ser levantadas mais profundamente.
1.5.2 - Diagnóstico e classificação da hipertensão arterial.
O pesquisador científico deve trabalhar sempre dentro de
perspectivas, e aqui neste contexto podemos prosperar a perspectivas de
abordagens diferentes, em relação ao mesmo problema. O que para o médico são
situações frequentes na prática clínica, reflexo bem representado nestes
comentários sobre as discrepâncias existentes entre os vários consensos sobre
hipertensão arterial. Contudo, como na discussão de um caso clínico, a prática
é salutar, visto que a troca de ideias acaba gerando novos pontos de vista,
quando não os mais corretos, ao menos colocam em dúvidas verdades até então
inquestionáveis, alavancando a evolução da medicina.
Antes de iniciarmos a discussão, vejamos as diferenças entre
as classificações propostas pelas diretrizes brasileiras, europeias e
norte-americanas (Tabelas Anexo I). A primeira dúvida que ocorre ao
analisarmos as classificações é a diagnóstica: afinal, o que é pressão arterial
normal?
Primeiramente, semanticamente falando, o termo normal pode
ser compreendido de várias maneiras, indo desde a definição estatística baseada
na distribuição de uma variável biológica contínua como a pressão arterial na
população, neste caso o termo normal teria o significado de o mais comum/usual,
até significados como o mais desejado/ótimo, nesta situação a normalidade da
pressão arterial seria encarada como aquela que representasse o menor risco
cardiovascular para um indivíduo. . Este último enfoque nos parece o mais
apropriado para estabelecer critérios de normalidade e classificação da pressão
arterial.
Não podemos considerar prudente afirmar que dentro da posição
apresentada anteriormente existe erro médico recorrente, considerando-se a
contínua relação entre o nível da pressão arterial e o risco cardiovascular,
qualquer definição e classificação de hipertensão é meramente arbitrária. Esse
pensamento é proposto e o autor compartilha na visão dos pesquisadores: Freitag MH,
Vasan R. What is normal blood pressure? Current
Opin Nephrol Hypertens. 2003; 2:285-92 e
Prospective Studies Collaboration. Age-specific relevance of usual blood
pressure to vascular mortality: a meta-analisys of individual data for one
million adults in 61 prospective studies. Lancet.
2002; 360:1903-13.
Existem diferentes classes de drogas para reduzir a PA, que
agem em mecanismos distintos. O tratamento da hipertensão deve ser individualizado.
A depender do perfil do paciente hipertenso, algumas classes podem ser mais
adequadas que outras. Também é importante ressaltar que muitas vezes se faz
necessário associar classes de medicações com mecanismos distintos, pois essa
estratégia possibilita uma maior efetividade no controle da pressão arterial e
na proteção cardiovascular. Mais, a frente apresentaremos alguns destes
medicamentos. E no contexto dissertativo apresentaremos a nossa proposta de remédio
para a prevenção, ou quem sabe, tratamento de controle da síndrome.
A hipertensão pode ser tratada com as chamadas mudanças no
estilo de vida (dieta saudável, exercícios físicos, obtenção e manutenção do
peso ideal) e com remédios ou medicamentos. Todos os pacientes com síndrome de
hipertensão devem ser orientados a adotar um estilo de vida saudável. Mas a
verdade, infelizmente, é que a maioria não adota essas mudanças em suas vidas -
e esse é um dos motivos pelos quais boa parte dos hipertensos também necessita
de medicamentos ou remédios para controlar adequadamente a pressão arterial.
Assim, é relevante refletir que a definição de uma estratégia
terapêutica para a hipertensão arterial deve levar em conta não apenas os
níveis da pressão arterial (PA), mas todos os demais fatores de risco, como
sedentarismo, obesidade, estresse e eventuais lesões provocadas pela
hipertensão no nosso corpo - cérebro, coração e rins, por exemplo. Há,
portanto, um equívoco em indicar o início do tratamento com medicamentos
levando-se em conta apenas os valores da pressão arterial. É possível, por
exemplo, encontrarmos hipertensos com pequenas elevações da PA e um risco
cardiovascular alto ou muito alto, a depender dos fatores de risco e danos
associados. É importante que o paciente seja conhecido em todo o contexto da síndrome
da hipertensão e da eventual existência de uma doença em caso concreto.
Atenção aos leitores não especialistas, que neste momento
estão a ler o presente trabalho. Somente o médico é o profissional adequado
para lhe orientar dentro do contexto da síndrome da hipertensão.
1.5.2.1 - Riscos do
uso inadequado.
Esse é um dos grandes problemas no tratamento da hipertensão.
A falta de adesão ao tratamento e o conceito errôneo de que uma vez que a
pressão arterial esteja controlada, a medicação pode ser suspensa. Um paciente
hipertenso que suspende a sua medicação está sujeito aos riscos de uma elevação
súbita da pressão em algumas situações, como no estresse, além dos riscos
crônicos que os níveis pressóricos elevados provocam (AVC, Infarto Agudo do
Miocárdio, Doença Renal Crônica e Insuficiência Cardíaca).
1.5.3 – A Hipertensão
Arterial. Impactos funcionais.
A repercussão da hipertensão arterial nos diferentes órgãos.
As combinações aceitáveis são antagonistas dos receptores da angiotensina
IIs+IECAs, antagonistas dos receptores da angiotensina IIs ou IECAs+
Bloqueadores beta; se necessário juntar a estas duplas terapêuticas um
diurético. As associações de bloqueadores dos canais de cálcio com diuréticos,
bloqueadores de canais de cálcio à base de diidropiridina com bloqueadores
betas, ou bloqueadores dos canais de cálcio à base de diidropiridina com
diltiazem são menos eficazes e acompanham-se de efeitos colaterais já
mencionados. As combinações inaceitáveis são o triplo bloqueio, por exemplo,
antagonistas dos receptores da angiotensina IIs + IECAs + beta bloqueadores.
Devido ao elevado risco de insuficiência renal aguda, deve ser evitada sempre
que possível à combinação de um inibidor da enzima de conversão da angiotensina
ou antagonista do receptor da angiotensina II com anti-inflamatórios não
esteróides, sobretudo inibidores seletivos da COX-2 ou medicamentos de venda
livre como o ibuprofeno. Estão disponíveis no mercado embalagens com
combinações fixas de duas classes de fármacos que, embora possíveis de usar por
qualquer pessoa, devem ser reservados para aqueles que já tenham sido sujeitos
a uma terapêutica à base de um fármaco único. Após exclusão de arteriopatia com
calcificações da parede arterial, que falseiam a medição correta da pressão
arterial, a hipertensão classifica-se como "resistente" quando a
medicação se mostra incapaz de diminuí-la para níveis normais(Referência bibliográfica: von
Recklinghausen, em Circulation of the Blood Men & Ideas, Alfred P. Fishman
& Dckinson W. Richards. [S.l.]: New York Oxford University
Press; von Basch, em Circulation of the Blood Men & Ideas, Alfred P.
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1.5.4 – O sal faz
subir a Pressão Arterial.
Por que o sal faz subir a pressão arterial?
Porque ele aumenta o volume de sangue dentro das veias e artérias.
Isso acontece devido a uma característica química do cloreto de sódio (o sal de
cozinha): ele atrai as moléculas de água para si. Quando se ingere quantidade
elevada de sal, essa substância se acumula na corrente sanguínea e no fluido
extracelular – fora das células do corpo. O sódio aumenta a afinidade desses
fluidos com a água e o organismo, por sua vez, tem que preservar a proporção
habitual entre ela e o sal nesse espaço extracelular: é o que a ciência
cognomina de equilíbrio osmótico. Para manter o equilíbrio, o corpo acaba
retendo mais água e essa absorção faz aumentar a quantidade de sangue
circulando nos vasos. Isso eleva a pressão arterial no humano. Para poder
suprir o corpo de água, existem duas formas. A primeira e tomar água em quantidade
segura – para que seja rapidamente absorvida. Caso isso não ocorra, a segunda
entra em ação naturalmente: hormônios antidiuréticos (que impedem a produção de
urina) são liberados pelo cérebro, fazendo os rins reterem mais água. Por isso
a pessoa sente mais sede quando ingere alimentos muito salgados.
1.5.5 – Sódio, Cloreto
de Sódio e Saluráticos.
1.5.5.1 – Sódio.
O sódio é um elemento químico de símbolo Na (Natrium em
latim), de número atômico 11 (11 prótons e 11 elétrons) e massa atômica 23 u. É
um metal alcalino, sólido na temperatura ambiente, macio, untuoso, de coloração
branca, ligeiramente prateada. Foi isolado em 1807 por Sir Humphry Davy por meio da eletrólise da soda cáustica
fundida (se a eletrólise for feita com solução de soda cáustica, irá obter
hidrogênio e oxigênio apenas). O sódio metálico emprega-se em síntese orgânica
como agente redutor. É também componente do cloreto de sódio (NaCl) necessário
para a vida. É um elemento químico essencial.
1.5.5.2 – Importância
biológica. Etimologia.
Veremos nos textos as mais diversas variantes ião, íon,
ionte, iônio, iono e ion provêm do grego íon, particípio presente de ienai,
"vai", ou seja, "o que vai, indo". "Anion" e
"cátion" significam "o que vai para cima" e "o que vai
para baixo", respectivamente, e "ânodo" e "cátodo"
significam "caminho para cima" e "caminho para baixo"
(hodos = estrada, caminho). O sódio é um elemento biológico essencial aos
animais superiores, estando presente em quantidades significativas nos seres
vivos, em particular no meio extracelular.
O transporte de iões através das membranas celulares, a regulação da
pressão osmótica dentro da célula, a transmissão de impulsos nervosos através
do mecanismo bomba de sódio Tooltip e outras funções eletrofisiológicas são
devidas à diferença na relação de concentrações sódio/potássio nos fluidos
intercelulares e extracelulares. O sódio tem ainda um papel importante nas
contrações musculares e na absorção de nutrientes pelas células.
A
eliminação do ião (átomo - é a menor partícula em que se pode dividir um
elemento, exibindo ainda todas as características típicas do comportamento
químico desse elemento -, ou grupo de átomos, que captam ou perdem um ou mais
elétrons) sódio do corpo é feita através do suor e da urina. A sede, cãibras
musculares ou alguns distúrbios mentais evidenciam a deficiência do ião sódio.
No corpo dos animais não existem reservas de iões sódio, levando a que a sua
perda acima de um determinado valor ponha em risco o correto funcionamento
celular. Graves sintomas ou mesmo a morte podem ser consequências da privação
deste ião (Atenção: Um íon, em língua portuguesa brasileira “PB”, é a mesma
coisa em língua portuguesa de Portugal “PE”, ou seja, ião - é uma espécie
química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou
ganhou um ou mais elétrons. Íons carregados negativamente são conhecidos como
ânions(PB), aniões(PE) ou até mesmo como íon negativo - que são atraídos para
ânodos -, enquanto íons com carga positiva são denominados cátions PB, catiões
PE, ou íon positivo (que são atraídos por cátodos) cuja concentração plasmática
normal se situa entre os 135 e os 145 mM de sangue. O sódio é um dos elementos mais comuns na
Natureza. Apesar de o Universo ser essencialmente constituído por hidrogênio e
hélio, o sódio está entre os mais comuns dos restantes elementos. Está presente
em grande quantidade em muitas estrelas, incluindo no Sol, sendo em grande
parte responsável pela tonalidade amarela da luz por ele emitida. Na terra o sódio está entre os 5 elementos
mais abundantes, constituindo cerca de 2.6% em massa da crosta terrestre. Na
crosta terrestre apresenta-se sob a forma de vários compostos, incluindo o
cloreto de sódio e o carbonato de sódio e de diversos minerais, como a
sodalite, um zeólito natural bastante comum. O sódio tem um papel importante no
balanço hídrico da água corporal. Nos mamíferos, a diminuição da pressão
arterial e da concentração de sódio no sangue é detectada pelos rins,
resultando na produção de renina, um hormônio que atua de várias formas, sendo
uma delas a liberação indireta de aldosterona, um hormônio que diminui a
excreção de sódio na urina, e consequentemente provoca retenção de sódio e
água. Por outro lado, a vasopressina atua diminuindo a concentração sanguínea
de sódio, pois somente atua na retenção de água corporal, também a nível renal.
A vasopressina é o principal hormônio no controle da
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